Kiluanji Kia Henda
Nasceu em Luanda / Angola, em 1979.
Atualmente, vive e trabalha entre Luanda e Lisboa.
Utiliza um surpreendente sentido de humor no seu trabalho, privilegiando temas ligados à identidade, à política e a perceções do pós-colonialismo e modernismo em Africa.
Kiluanji é um autodidata, cujo impulso advém do facto de ter crescido no seio de uma família de entusiastas da fotografia. A sua vantagem conceptual foi aprimorada ao imergir na música, no teatro de vanguarda e ao colaborar com um coletivo de artistas em Luanda.
Exposições
-
Affective Utopia
Kadist Fondation, Paris
2019 -
Making Africa: A Continent of Contemporary Design
The High Museum of Art, Atlanta, GA; The Albuquerque Museum, NM; Blanton Museum of Art, Austin, TX, EUA
2017 -
Constellations
Tate Gallery, Liverpool, Reino Unido
2016 -
Museum (science) fictions Museum ON/OFF
Centre Pompidou, Paris, França
2016 -
Kabbo Ka Mwuala (The Girls Basket)
National Galley of Zimbabwe, Harare
2016 -
Making Africa
Guggenheim Museum, Bilbao, Espanha
2015 -
New Man – Homem Novo
Kunstraum Innsbruck, Áustria
2013 -
Luanda Pop_Check List
52a Bienalle of Venice, African pavilion, Veneza, Itália
2007
-
The Island of Venus
HANGAR Centro de Investigação Artística, Lisboa, Portugal
2018 -
Another Day of Life
Tate Gallery, Liverpool, Reino Unido
2017 -
Fuckin‘Globo III
Hotel Globo, Luanda, Angola
2017 -
The Incantation of the Disquieting Muse
Savvy Contemporary, Berlin, Alemanha
2016 -
The Divine Comedy
Museum of African Art - Smithsonian Institution, Washington, EUA
2015 -
Producing the Common
11th Dakar Biennale – Dak’Art, Dakar
2014 -
There is always a cup of sea to sail in
29a Bienal de São Paulo, Brasil
2010 -
Luanda Triennial
Luanda, Angola
2007
« É quase impossível falar sobre Kiluanji Kia Henda sem ligar Kiluanji Kia Henda, o artista, a Kiluanji Kia Henda, o indivíduo. A sua biografia está, cronologicamente, demasiado ligada aos acontecimentos mais significativos de Angola, desde a independência do país, apenas quatro anos antes do seu nascimento.
Kia Henda cita frequentemente momentos autobiográficos e constrói esta associação entre a investigação artística, a sua forma de pensar e o seu crescimento num contexto de mudanças constantes e grande incerteza.
Viveu os primeiros vinte e cinco anos da sua vida num país em guerra, apesar de afirmar ter passado todo esse tempo em Luanda, relativamente a salvo do conflito – mas não dos seus efeitos.
Enquanto taxidermista da natureza humana, o trabalho de Kiluanji Kia Henda consiste em empalhar ideologias há muito mortas, regimes e futuros utópicos há muito perdidos, para assim manter a memória de sonhos passados – mas também de refletir sobre a caricaturização desta desconexão inata entre a ideologia e a realidade. Usa a ironia para compensar a nostalgia desta dissecação do passado e os seus efeitos prolongados no presente.
O trabalho de Henda reflete frequentemente esta separação entre sonhos, aspirações e o lado prático da sociedade moderna no contexto de uma sociedade pós-independência, pós-guerra, pós-comunismo, pós-verdade, na qual parece que a reconciliação só é possível através do humor. »
Bruno Leitão, (excertos), 2019 in Atlantica